sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Um amor americano parte 2 - Vinte anos depois

"Estou velho eu sei. Só não me tornei caduco por falta de tempo. Se eu for ligar para momentos vazios e de solidão eu não ficaria louco, mas sim morreria de impurezas. Eu não sinto mais a sua falta, meu coração já nem sabe o que é bater direito quanto mais sentir saudades. Mas tudo isso eu sei que é mentira, que eu falo só da boca pra fora. Passaram-se os anos e você voltou pra cá, quando esteve carente, mas foi o bastante para que eu pudesse ser feliz em apenas 3 meses. Achei tudo muito hipócrita da sua parte, mas foi o bastante para que eu pudesse despertar de vez para o mundo e decidir que você foi um amor o qual eu nunca pensei que no final de tudo voltaria para me deixar mais uma vez. Os meses se passam mais uma vez. Os anos, apesar do verão aquecer demais não consegue aquecer e derreter o gelo que vive em meu coração. Basicamente eu pare por ti. Vivi por sua causa. Dei meu coração a você e tudo o que tens a me ofrecer é e este pedido de perdão.

Passaram-se vinte anos, e o vazio é o mesmo desde a última vez em que te vi. As coisas não são fáceis você sabe. Mas de que me adianta crer se eu sei que não posso fazer? Tudo o que eu queria era para sempre te ter. Hoje, nem ao menos sei onde você está. Fui a Las Vegas atrás de ti, lhe procurar através do endereço o qual você me deixou. Mas ao chegar lá, tudo o que encontrei foi um apartamento vazio cuja a parede atrás da porta havia uma pixação cuja a palavra escrita era: "Perdão". Não me lembro de onde criei coragem para aguentar tudo aquilo, mas sei que fui forte. Forte como um touro. Sabe é dificíl. Eu sigo em Dallas, sozinho. E só lhe peço um favor, se por acaso um dia voltar a me procurar, pense duas vezes e desista sem receio, pois lhe encontrar no futuro é o meu maior medo.

Cansei de mágoas, cansei de solidão. Só quero viver a minha vida, esperando que a velhice de vez me consuma e que venha então o meu inesperado caixão. Triste ou feliz já nem eu sei, mas eu continuo pensando em você. Sinto a sua falta".
(Henrique P. Ficher ®)

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