segunda-feira, 1 de outubro de 2007

No escuro

"Confesso que hoje, só por hoje, parei de te amar. Confesso que hoje, só por hoje, deixei de em ti pensar. Confesso também que sou diferente aqui sozinho. Trancado, sem ninguém, quieto em meu ninho. Flores que sempre foram flores, neste momento viram espinho, toda aquela alegria, foi-se embora, deixando amarguras e rastros de chamas pelo caminho.

Confesso que hoje, só por hoje e neste momento, não sou o mesmo. Sou o velho e bruto rebelde, mal amado e sem nenhum amor pra dar, que continua com o coração preso a sete chaves, como se fosse uma princesa chorona, no alto de uma torre em um velho e podre castelo.

Aqui não há dragões eu sei, mas há armas. Mil e uma armas para mil e uma utilidades. Qualquer um pode ser do lado negro, basta querer. Para isso ninguém o obriga, ninguém o empurra. Isso vem de dentro do teu próprio e fraco coração. Deus sempre lhe ensinou o melhor e sempre lhe mostrou o melhor, e continuará mostrando. Mas se você escolheu o lado negro, é porque o errado sempre foi você, humano!

Deveria aprender escutar, para depois não se arrepender, e no final dizer mais uma vez, que ninguém ama ou amou você. Saiba de várias palavras, saiba se dar valor quanto dar valor também, não pense só em ti mesmo. Quem é você para ter tudo se não foi você quem o construiu? Mundo cruel, que no começo era pacífico, que no final de tudo humano, foi você quem o dividiu. Os fortes e os fracos, os resistentes e desgastados, miseráveis e fartos, homens e macacos, ainda brigam pela mesma moeda, pela mesma ganância, pela mesma ingenuidade, pela mesma fraca vontade, que brilha demais por ser ouro. Mas o que deixa de buscar ficará sempre escondido, trancado e desgastado, com falta de ar. O seu coração, sem produzir amor, apodrecerá e sempre se guardará, trancado a sete chaves...

Para sempre .... No escuro"
(Henrique P. Ficher ®)

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